PP responde a provocação e diz que Mariani deve ser “ventríloquo de alguém”
A Bancada do Partido Progressista reagiu, hoje, à declaração do deputado federal Mauro Mariani (PMDB) de que acredita na possibilidade da reedição do “Arenão” em Santa Catarina, uma vez que ocorre a reaproximação do DEM e o PP. “O gesto estaria sendo estimulado por Raimundo Colombo”. A declaração foi veiculada pelo jornal A Notícia na coluna “Canal aberto”. O texto da coluna destaca que, “para quem não lembra: o “Arenão” foi criado para dar sustentação à ditadura militar”.
Falando em nome do partido, o deputado progressista Kennedy Nunes usou a tribuna da Assembléia Legislativa para alertar que “não existe nada designado com relação a essa aproximação. Sempre estivemos juntos com o DEM em vários municípios, e com outros partidos”, disse Kennedy, citando inclusive o PMDB e o PT em algumas cidades. “Mas nós temos a condição da liberdade’, acrescentou, deixando claro que os filiados é que decidem os rumos do PP.
Para Kennedy, Mauro Mariani “deve ser o ventríloquo de alguém”, lembrando que nesse tipo de mensagem via imprensa, “sempre tem o remetente e o destinatário”, e sugeriu que o “remetente” deve ter sido o ex-governador Luís Henrique da Silveira. Embora reeleito à Câmara Federal, Mariani não conseguiu emplacar como prefeito de Joinville, o que tanto foi apregoado. “O povo de Joinville tem o filtro muito grande, sabe quem é e quem não é”, provocou o parlamentar.
Kennedy disse ainda estranhar a preocupação de Mariani em associar o PP à época da ditadura militar: “Não temos ninguém que tenha sido funcionário do DOPS. Quando se fala em ditadura militar, é bom lembrar que Luís Henrique é quem trabalhou no DOPS”, enfatizou Kennedy. DOPS era a sigla para a famigerada Delegacia de Ordem Política e Social da ditadura militar, em cujos porões houve muitas prisões políticas e denúncias de tortura. O ex-governador foi funcionário do DOPS em Santa Catarina por oito anos, sendo considerado funcionário exemplar.
O deputado questiona se a declaração de Mariani esconderia outras intenções, como o seu “pavor” com possíveis irregularidades em licitações e outros atos quando comandou o Deinfra (Transportes).
Em aparte, o vice-líder do PP e presidente da Executiva Estadual , deputado Joares Ponticelli, observou que Mariani “vai ter que anular uma pilha de convênios e de cheques sem fundo” antes de dar declarações, afirmando que a gestão de Mariani “foi uma farra de convênios sem consequência”. Já o líder do PP, deputado Silvio Dreveck, acusou Mariani de esquecer o Planalto Norte Catarinense depois que se aventurou em ser prefeito de Joinville (mudou de base eleitoral e não consegui se eleger nesta cidade). Mariani, segundo Silvio, simplesmente esqueceu das obras prioritárias do Norte, como a chamada Rodovia dos Móveis.